A bancada gaúcha no Congresso levará uma proposta ao governador Eduardo Leite nesta sexta-feira (15) para auxiliar atingidos pelas enchentes a comprarem itens perdidos, como móveis e eletrodomésticos. Os parlamentares estão dispostos a empenhar R$ 100 milhões em emendas. O governo gaúcho, porém, teria de aplicar os recursos agora e receber apenas no ano que vem.
As emendas aplicadas neste ano foram indicadas em 2022 e já estão com destino definido. Até o mês que vem, a bancada definirá os projetos contemplados com recursos em 2024, por isso o dinheiro só poderá chegar ao governo gaúcho no próximo ano.
A iniciativa não tem apoio unânime na bancada. Há deputados que preferem dividir as emendas coletivas em vários projetos, uma forma de dar mais visibilidade pessoal à aplicação das verbas. A proposta será levada adiante, contudo, porque recebeu aval da maioria.
No encontro previsto para ocorrer no Palácio Piratini, serão discutidos detalhes sobre a seleção das pessoas beneficiadas e o controle na aplicação do dinheiro. A ideia é que sejam repassados entre R$ 4 mil e R$ 5 mil para cada família como auxílio para que elas possam retornar às suas casas.
Uma das responsáveis pelo projeto, a deputada Any Ortiz (Cidadania) entende que a medida deve beneficiar todas as pessoas que perderam seus bens. Seria uma forma de ajudar não apenas quem está inscrito em programas sociais.
— A gente não pode olhar apenas para quem recebe auxílio do governo, temos que olhar para todo mundo. Eu ouvi, por exemplo, o relato de uma professora que perdeu tudo que tinha dentro de casa e hoje não poderia receber ajuda porque a renda é incompatível — explicou a deputada.
Um ofício com a proposta já foi redigido e será levado ao governador por parlamentares gaúchos. Eles vão enfatizar que a iniciativa só será válida se o Piratini conseguir levar o dinheiro aos flagelados de forma célere. As prefeituras também devem ser envolvidas no processo de identificação dos moradores.
Leia mais na coluna de Matheus Schuch.