Não foi só no câmbio que recordes foram quebrados depois do pacote de corte de gastos. No mercado financeiro, a avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também renovou uma marca: a de má avaliação.
Conforme pesquisa da Quaest feita a pedido da Genial Investimentos, as respostas negativas voltaram a atingir 90%, como no início do atual mandato. A primeira da atual série ocorreu em março de 2023. Em julho, a rejeição havia caído à metade: 44%. Depois, voltou a subir de forma gradual, para voltar ao máximo até agora. Veja a íntegra da pesquisa aqui.
A opinião do mercado financeiro sobre o ministro da Fazenda também já foi melhor: Fernando Haddad chegou a ter avaliação positiva de 65%, também em julho de 2023, saindo de meros 10% em março daquele ano. Agora está com 41%. Mas a negativa está a anos-luz da presidencial: apenas 24%.
O motivo é óbvio: a pesquisa foi feita entre 29 de novembro e 3 de dezembro, então colhe a má reação ao pacote de corte de gastos. Na pergunta sobre se a economia brasileira está indo na direção certa, 96% das respostas são "não".
Mas se o mercado mostra claramente que não gostou nem do pacote nem da atuação presidencial, por outro lado dá crédito ao atual governo. Na pergunta sobre as causas do forte crescimento do PIB neste ano, 42% respondem que é decorrente de ações do governo Lula, 30% atribuem ao governo anterior, 22%, a uma "retomada natural" depois da pandemia e só 6%, à "maior confiança dos agentes".
É um "crédito" assim, entre aspas, por embutir a avaliação de que o crescimento não é apenas "responsabilidade" do governo Lula, é também "culpa". Como assim? A coluna já explicou ao analisar a nova surpresa com o PIB: o ruim é que está bom. Mas essa é uma observação da coluna, fruto de entrevistas com "agentes", não da pesquisa. Não era para estar crescendo tanto.