No terceiro recorde seguido, o dólar fechou em R$ 6,069, resultado de alta de 1,13% nesta segunda-feira (2). Foi resultado de pressões internas – ainda a preocupação com a insuficiência do pacote de gastos – e externas.
A boa notícia é que os juros futuros, que haviam decolado na semana passada, deram uma trégua. Ao menos por enquanto, a hipótese de aumento de 1 ponto percentual no juro básico ainda não é dominante.
A má é que o 0,75 ponto percentual que havia surgido como compensação agora virou consenso para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central no dia 11.
No capítulo das pressões externas, o que fez o dólar subir frente a várias outras moedas foi a ameaça do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifa de 100% a países que ameacem a hegemonia da moeda americana no comércio internacional.
Com esse conjunto de pressões, o dólar por pouco já não quebrou uma nova barreira, embora menos relevante. A máxima do dia chegou a R$ 6,091, encostando nos R$ 6,10. Ao longo do dia, oscilou muito e moderou levemente a alta, com ajuda de declarações do futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. Assim como na ultima sexta-feira, voltou a afirmar que não estão configuradas as circunstâncias para intervenção no câmbio:
– É uma discussão que às vezes vai surgir, de que o país tem US$ 370 bilhões de reservas, por que não segura (o câmbio) no peito? Quem está no mercado e está assistindo sabe que não é assim que funciona.
O atual diretor de política monetária lembrou, porém, que o Brasil usa o câmbio flutuante exatamente para enfrentar momentos de volatilidade internacional, além de reservas robustas:
– São mecanismos de defesa bastante relevantes para a gente poder passar por momentos como esse.