O que começou como especulação se firmou e, com o dólar superando a barreira psicológica de R$ 6 virou até a opção menos ruim. Embora ainda não apareça no Relatório Focus do Banco Central (BC), o mercado já trata como consenso uma alta de 0,75 ponto percentual no juro básico na reunião do dia 11.
Como se temia depois do final de semana, o dólar já abriu em alta de 0,51% nesta segunda, para R$ 6,031. O Focus apresentado nesta segunda-feira (2) foi fechado pelos cerca de cem economistas consultados na semana passada.
O calor da quinta e da sexta-feira deve ter recebido prioridade, mas até quem defendia que não havia razão para a Selic subir mais jogou a toalha.
— Dada a piora contínua das projeções e observando a curva de juros, acreditamos que a alta será maior na próxima reunião do Copom, com perspectiva de alta de 75 pontos base, fazendo a Selic fechar 2024 em 12% — afirma o economista André Perfeito.
É a mesma avaliação de Tiago Sbardelotto, da XP Investimentos, que considera 0,75 p.p. o novo consenso informal, lembrando que há existem apostas até de uma alta de 1 ponto inteiro na reunião do dia 18.
O mercado câmbio deve operar com os ouvidos ligados nas declarações de Gabriel Galípolo, que participa de dois eventos. Na sexta-feira em que o dólar cruzou a barreira dos R$ 6, ele já disse que "parece lógico você imaginar que vai precisar ter uma taxa de juros mais contracionista por mais tempo". Ainda era uma declaração baseada no dado do desemprego, o mais baixo da atual série histórica, que também ajudou a pressionar o câmbio.
Atualização 1: dólar já sobe 1,2%, para R$ 6,071.
Atualização 2: no primeiro dos eventos do dia, Galípolo reafirmou o que havia dito: com economia crescendo acima do previsto, desemprego no piso histórico e dólar acima de R$ 6, "os juros vão ficar altos por mais tempo".