Ao apresentar balanço de 2024 e perspectivas para 2025 nesta quarta-feira (3), a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs) projetou crescimento do PIB gaúcho para o próximo ano de 3,3%, enquanto a média nacional deve ficar em 2,1% (veja detalhes abaixo). No dia em que o PIB nacional voltou a surpreender, o presidente da instituição, Cláudio Bier, afirmou, sobre essa superação:
— Podem ter certeza.
Para o fechamento deste ano, a Fiergs prevê o mesmo cenário: alta do PIB de 4,1% no RS — a despeito da enchente — e de 3,2% na média nacional.
O que sustenta a projeção de forte crescimento da economia gaúcha para 2025, desta vez, não é só a boa safra agrícola. É a produção industrial, projetada em 3,2%. Conforme a Fiergs, esse desempenho deve refletir a baixa base de comparação deste ano.
O chefe da Unidade de Estudos Econômicos da Fiergs, Giovani Baggio, admitiu que os economistas têm "errado sistematicamente" as projeções de crescimento do PIB nacional. Avisou, ainda, que depois da nova surpresa desta quarta-feira, a Fiergs deve corrigir sua projeção de fechamento deste ano.
— O principal motivo é o aumento da renda disponível, variável que o Banco Central apresenta e reúne todos os tipos de renda, inclusive benefícios sociais. Houve um considerável aumento na renda das famílias, com mercado de trabalho também aquecido. O último fator são as reformas feitas desde 2016, a trabalhista, a de crédito. Isso tem ajudado nessa surpresa que a gente tem visito no crescimento.
A coluna quis saber, já que as surpresas vêm desde o ano passado, quando os modelos serão atualizados. Baggio disse que “a partir de agora, devemos levar esses fatores em conta”.
Segundo o economista, a meteorologia — uma das variáveis mais determinantes para a economia gaúcha — melhorou com previsão de que o fenômeno La Niña seja fraco neste verão, o que permitiria uma safra agrícola mais robusta.
Nas projeções da Fiergs, as exportações devem crescer cerca de 4% em 2025, mesmo com a guerra comercial esperada com Donald Trump. Tanto Bier quanto Baggio ainda acreditam que o Brasil pode se beneficiar com o esperado tarifaço dos Estados Unidos. O economista observou, porém, que como a política de Trump deve ser inflacionária, o dólar se manterá forte e deve elevar o custo dos insumos no Brasil.