A nova operadora do Terminal de Contêineres do porto de Rio Grande, a suíça Mediterranean Shipping Company (MSC), está longe de causar insegurança, diz o prefeito do município, Fábio Branco.
Segundo o chefe do executivo de Rio Grande, já ocorriam especulações sobre a mudança no Litoral Sul — ou seja, a venda das operações da Wilson Sons no Brasil era algo esperado.
O que também ajuda a afastar os riscos da transação, que totaliza R$ 4,35 bilhões para compra da operação da Wilson Sons no Brasil, é o fato de a MSC já ter um terminal instalado em Rio Grande, onde a empresa carrega e descarrega contêineres, afirma Branco.
— É preciso reconhecer a importância do trabalho da Wilson Sons. Agora, a empresa entende que precisa de um novo ciclo. Temos de comemorar a nova operadora do terminal de contêineres de Rio Grande, a MSC, uma das maiores do mundo. Conhecemos a capacidade da empresa. Não tenho dúvida de que vai ser excelente para o futuro do município em termos de receita, emprego e principalmente fortalecimento do porto.
É bom lembrar que a expectativa é de que o negócio seja concluído no segundo semestre de 2025. O prefeito de Rio Grande afirma que ainda não teve contato com a nova operadora após a transação.
Fundada em 1970, a MSC tem sede em Genebra, na Suíça. Nasceu com um só navio e hoje tem cerca de 850 embarcações e 200 mil funcionários.
A Wilson Sons também opera um terminal fluvial no Estado, o Santa Clara, que atende a logística do polo petroquímico e a região do Vale do Taquari e será repassado à MSC.
Em reunião com analistas do mercado nesta terça-feira (21), o CEO da Wilson Sons no Brasil, Fernando Salek, disse não ter detalhes sobre o acordo anunciado pela controladora, Ocean Wilsons, com a MSC.
— Não somos parte desse acordo, é um acordo privado, não tenho informação.
No mercado, as duas principais dúvidas dos analistas são sobre o pagamento de dividendos — uma cláusula do acerto seria de que uma distribuição acima do previsto faria com que o valor extra fosse descontado do preço pago pela MSC — e eventual multa por descumprimento do acordo — o que significa que há dúvidas sobre sua efetividade.
*Colaborou João Pedro Cecchini