Diante da efetiva ampliação do conflito no Oriente Médio, com ataque terrestre ao Líbano e aéreo do Irã, o petróleo deu novo salto, agora maior, de 5% nesta quinta-feira (3).
Isso levou o barril do tipo brent a US$ 77,62, mais perto dos US$ 80. Na segunda-feira (30), quando o mercado ainda não via pressões do conflito no preço, a cotação era de US$ 71,66. Com esse fechamento, o aumento acumulado só em três dias, de terça a quinta-feira, de 8%.
A preocupação é de que o conflito ampliado se torne uma guerra total e afete países-chave na produção de petróleo e, em consequência, coloque em risco o comércio global da matéria-prima.
Depois da ameaça do primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de que a retaliação ao Irã seria "precisa e dolorosa", um dos temores é o alvo seja a infraestrutura petroleira do país dos aiatolás, como admitiu o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
E de que essa resposta provoque nova represália, descambando para a guerra total. Outra ameaça, que vem sendo especulada nos últimos dias, seria o fechamento do Estreito de Ormuz., por onde passa cerca de 40% do tráfego marítimo petroleiro mundial.
Uma escalada arriscada, ou como chegamos até aqui
- No dia 7 de outubro de 2023, um ataque terrorista do Hamas a Israel deixou centenas de mortos e mais de uma centena de reféns (número exato não é conhecido).
- A reação de Israel foi extrema, invadindo e bombardeando Gaza, território governado pelo Hamas, a ponto de desgastar Benjamin Netanyahu com aliados.
- Um ataque de Israel à embaixada do Irã em Damasco, capital da Síria, deixou oito mortos, entre os quais integrantes da Guarda Revolucionária do Irã. A retaliação e a resposta foram contidas por pressão internacional.
- Outro risco havia surgido com o temor da represália de Israel a um ataque do Hezbollah nas Colinas de Golan, ocupadas por Israel desde o final da década de 60.
- O assassinato do líder do Hamas Ismail Haniyeh em Teerã foi o último "evento" que fez o barril passar do limite de US$ 80.
- Com o Hamas desarticulado, o novo alvo de Israel é o Hezbollah, outro grupo financiado pelo Irã. No sábado, Hassan Nasrallah, líder desse grupo que é uma espécie de Estado paralelo no Líbano, foi morto em um bombardeio.
- Na noite de segunda-feira (30 de setembro), Israel invadiu o território do Líbano via terrestre pela primeira vez desde 2006.
- Na terça-feira (1º/10), o Irã disparou mísseis contra Israel. A maioria foi interceptada pelos sistemas de defesa de Israel, que avisou ter intenção de retaliar.
- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse na quarta-feira (2) que a resposta será "precisa e dolorosa".