Depois da entrevista que deu à coluna nesta semana, o vice-presidente sênior da BYD no Brasil, Alexandre Baldy agregou uma informação surpreendente: a montadora chinesa está construindo em vez de usar partes da planta que a Ford abandonou na Bahia.
— É mais rápido — justificou.
Para lembrar, a unidade industrial da Ford que recebeu o investimento originalmente destinado ao Rio Grande do Sul foi comprada pelo governo baiano e doada à BYD, em processo polêmico.
Segundo Baldy, há planos para ocupar a área construída, mas as máquinas e equipamentos instalados há cerca de 24 anos são considerados "sucata" pela montadora chinesa.
Os motivos da pressa da BYD são compreensíveis: assim como todas as chinesas que importam carros para vender no Brasil, está pagando imposto de importação, inclusive sobre os veículos elétricos.
Por outro lado, assim que começar a nacionalizar os carros na Bahia, passará a desfrutar os incentivos concedidos pelo governo estadual e também os do Mover, programa federal que dá estímulo financeiro à produção de veículos menos poluentes e mais eficientes.
Baldy esteve em Porto Alegre para participar dos preparativos do lançamento do Song Pro, híbrido plug-in (pode ser tanto abastecido com combustível quanto carregado na tomada). Este será o primeiro modelo produzido em Camaçari, a partir do primeiro semestre de 2025. Agora já apresentado, o modelo é uma versão mais "acessível" - entre R$ 189 mil e R$ 199 mil, só entre aspas, mesmo - do Song Plus.