Desde o início do conflito entre Israel e Hammas, especialistas têm repetido que a pólvora no Oriente Médio só faz explodir o barril de petróleo caso se amplie para outros países.
Neste mês, a cotação do tipo brent despencou 7,9% (veja gráfico acima) antes que um ataque matasse 12 jovens nas Colinas de Golã e uma represália de Israel voltasse a representar aumento do risco.
É uma situação muito semelhante à de abril, quando houve ataque do Irã, seguido de represália contida por efeito de pressão internacional.
Apesar da inquietação, nesta terça-feira (30) a cotação internacional do petróleo segue em baixa de 0,9%, acompanhando outros preços de matérias-primas básicas que vêm caindo neste mês.
O contrato para fornecimento em outubro nesta manhã está em US$ 79,04, mais perto do piso (US$ 77,27, em 4 de junho) do que do pico (US$ 88,16, em 5 de abril) deste ano. Os dados são da bolsa de Londres que centraliza esses negociações, a Ice (Intercontinental Exchange).
Embora Israel atribua o ataque do Hezbollah, o grupo libanês financiado pelo Irã - que costuma reivindicar autoria - nega envolvimento. Vários países estão envolvidos na tentativa de conter a resposta do governo de Benjamin Netanyahu.
Uma escalada arriscada, ou como viemos parar aqui
- No dia 7 de outubro de 2023, um ataque terrorista do Hamas a Israel deixou centenas de mortos e mais de uma centena de reféns (o número exato não é conhecido até hoje).
- A reação de Israel foi extrema, invadindo e bombardeando Gaza, território governado pelo Hamas. A ação para impedir a entrada de ajuda humanitária e à população civil do território começava a provocar uma inflexão da posição dos países aliados a Israel.
- Um ataque de Israel à embaixada do Irã em Damasco, capital da Síria, no início do mês, deixou oito mortos, entre os quais integrantes da Guarda Revolucionária do Irã. O Irã retaliou de forma controlada, e a resposta de Israel também foi contida, por pressão internacional.
- Agora, outra situação muito parecida se configura com o temor da resposta a um ataque do Hezbollah nas Colinas de Golan, ocupadas por Israel desde o final da década de 60.