A reconstrução do Rio Grande do Sul pós-tragédia depende de dezenas de bilhões de reais, de planejamento urbano e de novos parâmetros ambientais. Um levantamento feito pelo Instituto Escolhas aponta que o Estado precisa restaurar 1,16 milhão de hectares de vegetação nativa para enfrentar a mudança climática.
Parece uma área enorme, mas representa apenas 4% da extensão total do Rio Grande do Sul. Por outro lado, representaria algo como 38 mil áreas equivalentes ao Parque da Redenção, em Porto Alegre.
O reflorestamento, exemplifica o estudo, possibilitaria um aumento da infiltração da água no solo, impedindo que maiores quantidades cheguem às cidades. A construção de estruturas e espaços mais resilientes aos eventos extremos faz parte da Agenda 2030, que aponta diretrizes para o desenvolvimento sustentável.
— Investir em recuperação de florestas é prioritário. Na verdade, sempre foi. Estamos entendendo isso do pior jeito possível. A vegetação nativa é uma infraestrutura natural para prevenir tragédias — afirma o diretor-executivo do Instituto Escolhas, Sergio Leitão.
Realizado ainda em 2023, o estudo chama-se Os bons frutos da recuperação de florestas: do investimento aos benefícios. Está disponível na íntegra aqui.
O Instituto Escolhas é uma organização sem fins econômicos que propõe soluções em temas como desmatamento, mineração e energia. No ano passado, suas pesquisas foram fundamentais para identificar e começar a desmontar a rede criminosa dos garimpos ilegais na Amazônia.
*Colaborou João Pedro Cecchini