A tragédia dos yanomamis famintos e doentes não é só fruto de descaso. Rende ganhos: o abandono facilita a exploração dos indígenas pelo garimpo ilegal, que hoje envolve cerca de 20 mil pessoas. Doutora em Energia pela USP, com permanência na Faculdade de Economia da Goethe University Frankfurt, Larissa Rodrigues é uma das autoras do estudo sobre o alcance dessa atividade (leia a íntegra clicando aqui) que subsidia o novo governo na tentativa de frear o crime na Amazônia. Líder de portfólio do Instituto Escolhas, organização sem fins econômicos que propõe soluções em temas como o combate ao desmatamento, mineração e energia, concluiu que cerca de metade do ouro produzido no Brasil tem alguma irregularidade. Como quase todo mineral legal é exportado, alerta Larissa, comprar uma simples aliança no país embute o risco de que envolva escravização de pessoas, desmatamento e destruição de rios. O Escolhas e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) - que representa a produção legal - entraram com representação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedindo investigação de empresas reguladas pelo "xerife do mercado" já com sólidos indícios de relações com a atividade ilegal.
ESG na prática
Notícia
"Risco de comprar ouro manchado de sangue indígena é enorme", diz autora de estudo sobre garimpo
Estudo do Instituto Escolhas aponta que 90% de operações de compra e venda do mineral feitas no Brasil têm indícios de irregularidades
Marta Sfredo
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