A alta de 0,8% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em dezembro passado, na comparação com novembro, reforçou as projeções de alta de 3% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Em relação a dezembro de 2022, o aumento foi de 1,36%. O PIB do ano passado será informado pelo IBGE em 1º de março.
Além do resultado mais robusto no último mês do ano passado, o BC também revisou os dados dos três meses anteriores, como é habitual. E todos mudaram para cima: o dado de novembro passou de +0,01% para +0,09%, o de outubro, de -0,18% para +0,05% e o de setembro, de -0,03% para +0,03%.
Não é nenhuma grande surpresa, como outros resultados obtidos ao longo do ano passado, mas dá fôlego para o desempenho deste ano pelo chamado "carregamento estatístico" - uma espécie de "contágio" pela velocidade maior anterior, que leva mais tempo para desacelerar. No mais recente boletim Focus que incluiu projeções para 2023, datado de 5 de janeiro, a projeção mais frequente para o PIB do ano passado era de 2,92%.
A primeira inflação cheia mensal deste ano deu um repique e alterou ligeiramente as estimativas para 2024. Nada que afete a "telegrafada" redução de juro em doses de 0,5 ponto percentual a cada 45 dias, mas em compensação também desestimula expectativas de aumento nessa velocidade. Outro desafio do ano é o fiscal: do comportamento das contas públicas vai depender boa parte das perspectivas.