Em tempos de lei comparada a estado de sítio na Argentina e reconhecimento de "conflito armado interno" - na prática, guerra civil - no Equador, um evento previsto para Porto Alegre chama atenção: a Federação das Indústrias (Fiergs) organiza para a próxima quinta-feira (18), um programa chamado "Mobilização Nacional e a Indústria - uma questão de segurança nacional".
Então, para esclarecer, a intenção é apenas entender a capacidade de a indústria nacional atender à demanda de bens e serviços estratégicos para o país.
O evento que terá Ricardo Ferreira Barbosa, coordenador da subchefia de Mobilização do Ministério da Defesa, é realizado pelo Comitê da Indústria de Defesa e Segurança (Comdefesa) da Fiergs. A "mobilização nacional", por sua vez, é um conceito adotado na Defesa para se referir aos recursos capazes de atender objetivos nacionais da área, tanto em períodos de normalidade quanto de necessidade.
Em uma tradução muito simples, é mais um ensaio para que as Forças Armadas comprem da indústria nacional. O diferencial é que, desta vez, parece haver uma real aproximação entre as instâncias de decisão e os potenciais fornecedores.
Entre as demandas "regulares" apontadas pela Defesa estão alimentos, tecidos, produtos químicos, máquinas e equipamentos e equipamentos de automação. Mas, conforme a Fiergs, o evento possibilitará à indústria gaúcha conhecer o que as empresas podem fazer no caso de mobilização nacional. E calma, ainda, que a coluna explica: isso não significa, como pode parecer, nenhum movimento bélico. Trata-se apenas de um programa de governo existente em vários países, destinado a "mapear necessidades e capacidades, além de fornecer diretrizes para o desenvolvimento tecnológico dos países".