Mais uma vez, não há perspectiva de decisão diferente de novo corte de 0,5 ponto percentual no juro, de 12,25% para 11,75%, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que se encerra na próxima quarta-feira (13).
E, também mais uma vez, há expectativa de uma pequena alteração no comunicado: a poda de um plural. O mercado espera que a expressão "próximas reuniões", que marca as decisões desde o início do ciclo de baixa, em agosto, vire singular: "próxima reunião".
Mesmo economistas muito ortodoxos e zelosos da moeda, apelidados no mercado de "hawks" (falcões, que resistem à baixa de juro), avaliam que existe espaço para um corte mais significativo na taxa básica a partir de março, na segunda reunião de 2024.
Agora que o BC admite que a inflação vai fechar dentro do teto da meta neste ano, e as projeções da maioria do mercado indicam que o mesmo deve ocorrer em 2024, não faz sentido ter uma taxa tão contracionista (que reduz o ritmo da atividade econômica).
Claro, sempre é bom apontar o "porém: tudo depende do que ocorrer nas duas próximas semana. Não no BC, mas no Congresso. O tamanho do aumento de receita pretendido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai condicionar o futuro da meta de déficit zero para o próximo ano. E também a aprovação - ou não - do dispositivo que, na visão de economistas especializados nas contas públicas, altera o novo marco fiscal. Sem uma perspectiva clara sobre a busca do equilíbrio fiscal, o BC tende a não abrir tanto a mão.