Com a mudança na gestão da Petrobras, houve forte especulação sobre o que ocorreria com a emblemática refinaria privatizada em 2021, que se chamava Landulfo Alves, depois virou Mataripe. Além de ser uma unidade de grande porte, foi a primeira do Brasil - a exploração de petróleo no país começou na Bahia.
Chegou a se cogitar da hipótese de uma reestatização, o que (ainda?) não ocorreu. Mas a Petrobras já ensaia uma espécie de volta ao refino na Bahia.
Na semana passada, assim como quem não quer nada, a estatal publicou uma nota em que avisa ter recebido comunicação da Mubadala Capital "propondo a formalização de discussões recentes sobre a formação de potencial parceria estratégica para o desenvolvimento do downstream (refino) no Brasil".
O comunicado ainda avisa que a associação envolveria "negócios voltados ao refino tradicional, bem como o desenvolvimento de uma biorrefinaria, ambas no Estado da Bahia". Nesse caso, a trilha da nota poderia ser uma composição do paulista Adoniran Barbosa:
"Se voceis pensam que nóis fumos embora
Nóis enganemos voceis
Fingimos que fumos e vortemos
Ói nóis aqui traveis."
A Mubadala Capital é uma gestora de ativos que pertence à Mubadala Investment Company, responsável pelo fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, país formado pelos conhecidos Dubai e Abu Dhabi, além de cinco reinos menos famosos (Xarja, Ajmã, Umm al-Quwain, Ras al-Khaimah e Fujeira). Foi a empresa que constituiu a Acelen, controladora direta da Refinaria de Petróleo de Mataripe.
A hipótese de recompra ainda não havia sido descartada até a apresentação do plano estratégico da Petrobras para 2024 a 2028. Só foi desmentida oficialmente depois do leilão de blocos de exploração em que áreas na costa do Rio Grande do Sul foram as estrelas.
Leia mais na coluna de Marta Sfredo