O Rio Grande do Sul foi o primeiro Estado a ter uma unidade própria do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC). Neste ano, o braço gaúcho completa 20 anos, celebrados na noite desta quinta-feira (9), na Associação Leopoldina Juvenil, em Porto Alegre.
— Hoje temos 212 associados no capítulo gaúcho do IBGC, dos quais 12 pessoas jurídicas. A missão é levar as melhores práticas de governança inclusive para além dos associados do instituto. O IBGC é o hub da governança nacional, e nosso objetivo é construir parcerias e alianças estratégicas para que os princípios ecoem — afirma Michelle Squeff, coordenadora-geral do capítulo Rio Grande do Sul do IBGC.
A celebração marca o lançamento no Estado da sexta edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, elaborado pelo instituto. Fruto de um processo de revisão que teve usou como referência outros 15 códigos ao redor do mundo, além de etapas de audiência restrita e pública, o documento completo está disponível aos interessados para download.
A nova edição pretende se aproximar de diferentes organizações, de empresas familiares a estatais, passando por cooperativas, sociedades anônimas de capital aberto e fechado e até entidades sem fins lucrativos. Reúne práticas que podem ser adaptadas pelas empresas de acordo a maturidade em relação à governança corporativa, tipo de organização e arcabouço regulatório aplicável.
— Como esse código é para todo tipo de empresas, não só para as listadas em bolsa, também explicamos conceitos, como conselhos consultivos, resolução de conflitos de interesses, e reforça os fundamentos da governança corporativa, destacando a importância da ética e do propósito das organizações — complementa Valéria Café, diretora de vocalização e influência do IBGC.
— Mais do que ajustar recomendações específicas, essa nova edição traz um novo estilo, mais acessível para qualquer tipo de organização. Conseguimos transformar o código mais em um modelo de princípios do que de recomendações muito prescritivas, que se enquadrem para qualquer empresa, que pode adotar o princípio e aplicar à sua organização — destaca Luiz Martha, gerente de pesquisa e conteúdo no IBGC.
Fundado em 1995, o IBGC é uma organização da sociedade civil, considerada a maior referência no Brasil e uma das principais no mundo em governança corporativa. Conforme o instituto, seu objetivo é gerar e disseminar conhecimento em governança corporativa e influenciar os mais diversos agentes na adoção das melhores práticas, contribuindo para o desempenho sustentável das organizações e, consequentemente, para uma sociedade melhor.
— As empresas precisam ajudar a solucionar os problemas da sociedade, seja no combate às mudanças climáticas, no aumento da inclusão e da diversidade, porque só os governos não vão conseguir resolver essas questões — ressalta Luiz Martha.
— Algumas resistências que a gente tinha ainda antes da pandemia estão sendo superadas, e o mercado se viu obrigado a revisar estruturas de governança e comitês de crise. Houve valorização do conselho de administração e da percepção de governança cria valor para a empresa e para toda a sociedade. Há também agora entendimento geral de que, se não houver um olhar atento para a agenda ESG (sigla em inglês para governança corporativa, social e ambiental), as empresas poderão se expôr a riscos que talvez não queiram enfrentar — enfatiza Michelle Squeff.
*Colaborou Mathias Boni