No primeiro congresso de governança corporativa depois do escândalo da Americanas, o 24º Congresso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), este assunto não poderia passar em branco no debate. E apareceu já no primeiro painel, chamado "O Caráter da Organização".
— Escândalos são resultados do caráter da organização. Se diz que sempre pode haver “maçãs podres”, mas no caso da Americanas, a maior fraude da história, havia um barril podre — disse Alexandre Di Miceli, sócio fundador da Virtuous Company, consultoria de alta gestão focada em “obter sucesso duradouro na sociedade e ambiente de negócios do Século 21".
Miceli não fugiu da questão que embaraça os profissionais de gestão corporativa: avaliar o caso é mais complicado porque os maiores acionistas da Americanas foram, por muitos anos, “o paradigma de uma geração de líderes”.
— Quando há problemas éticos deste tamanho em uma empresa, a questão não é “se” vai haver consequências, mas “quando” — acrescentou.
Alexandre também observou que não se trata apenas do “conglomerado 3G”, mas do “sistema 3G”:
— Havia muitos investidores que pensavam “não quero saber o que vão fazer, quero meu retorno” — destacou, por fim.
*A jornalista viajou a São Paulo a convite do IBGC.
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