A montanha-russa no preço do petróleo entrou em fase de alta nesta sexta-feira (13), tanto pelo aumento da tensão no conflito entre Israel e Hamas quanto por um sanção inédita aplicada pelos Estados Unidos à Rússia.
O barril do tipo brent, que serve de referência global, saltou 5,7%, para US$ 90,89. Ainda está mais baixo do que na semana anterior, antes do ataque terrorista a civis israelenses, mas acima do fechamento de segunda-feira (9), primeiro dia de funcionamento do mercado depois dos ataques do sábado anterior.
A coluna colheu informações de que segmentos industriais mais dependentes do petróleo já esboçam planos de reajuste de preço para novembro - ou seja, dentro de poucos dias -, diante da incerteza sobre a cotação do barril provocada pelos imprevisíveis desdobramentos da guerra.
É bom lembrar que o petróleo ainda é base da cadeia produtiva de uma enorme variedade de produtos, de decoração (tintas, carpetes, tapetes, cortinas) a tintas a itens de limpeza e higiene, passando por roupas, maquiagem, batata frita em saquinhos e até chiclete. Ou seja, o número de itens cujo preço pode subir caso o petróleo dispare é imenso.
O ultimato dado por Israel para que cerca de 1,1 milhão de civis abandonem o norte de Gaza até o sábado contribui para a nova elevação. A Organização das Nações Unidas (ONU) já pediu que o país volte atrás nessa orientação, mas só a ameaça já provocou reações de potenciais aliados do Hamas, como o grupo islâmico libanês Hezbollah, aumentando o risco de ampliação do conflito - tudo o que o mundo esperava que não acontecesse.
Outra parte da pressão de alta vem da primeira sanção aplicada pelos EUA a dois petroleiros e seus proprietários por transporte de petróleo bruto russo acima do limite de preço ocidental de US$ 60 por barril. A sanção adiciona insegurança sobre o abastecimento mundial.
Maiores produtores de petróleo
Por ordem de participação na produção global
1. Estados Unidos 18,9%
2. Arábia Saudita 12,9%
3. Rússia 11,9%
4. Canadá 5,9%
5. Iraque 4,8%
6. China 4,4%
7. Emirados Árabes 4,3%
8. Irã 4,1%
9. Brasil 3,3%
10. Kuwait 3,2%
Fonte: US Energy Information Administration (EIA)