Filas diante de postos de combustíveis compõem o cenário de várias cidades da Argentina nesta sexta-feira (27), inclusive Buenos Aires.
O problema havia começado pelas províncias do norte do país, as mais distantes da entrada das cargas marítimas, mas acabou afetando o chamado "conurbano", ou seja, a região metropolitana.
A dificuldade foi gerada por uma medida tomada às vésperas do primeiro turno, quando o ministro da Economia, virtual chefe de governo e candidato à presidência, Sergio Massa, restringiu uso de dólares e incluiu petróleo e derivados no sistema que exige liberação prévia para pagamento de importação.
Sem garantia de quitação, os fornecedores retiveram as cargas de combustível em navios ao largo do porto de Buenos Aires. Esse momento de contenção ainda coincidiu com uma parada de manutenção de refinarias, inclusive uma da YPF, em Ensenada, perto de La Plata, na província de Buenos Aires.
Para tentar encontrar uma solução, a secretária de Energia, Flavia Royón, teve uma reunião de emergência nesta sexta-feira com as principais empresas que têm refinarias e distribuidoras na Argentina. A promessa é de que o governo vai liberar os dólares necessários para a importação de combustíveis. Em comunicado, a secretaria afirma que "aumentará a capacidade das principais refinarias do país" e que "nos próximos dias", a escassez será solucionada.
Se depender de importação, é possível. Mas a interrupção de processos de parada de manutenção não se resolve de um dia para outro, muito menos a ampliação de capacidade das refinarias, que exige muito investimento e tempo.