Com eleições gerais marcadas para o domingo, 22, a Argentina tenta manter alguma normalidade até a realização do pleito, em cenário de corrida aos dólares.
Nesta sexta-feira (13), adotou mais restrições de acesso à moeda americana - que nesta semana atingiu mil pesos por dólar -, apertando o "cepo cambiario" que já restringe essas operações. A cotação do blue segue em 980 pesos.
O Banco Central da República Argetina (BCRA) determinou que, até o final do mês, as instituições financeiras não poderão aumentar suas posições em moeda estrangeira sem autorização expressa. E, para receber liberações, precisão liquidar as posições atuais em aberto. A justificativa é frear a busca de proteção para uma desvalorização ainda mais acentuada depois da eleição.
Ex-presidente do BCRA que mais tempo ficou no cargo, Martín Redrado estima as reservas do país em US$ 6 bilhões negativos. Isso significa que falta essa quantia para o país cobrir todas as necessidades. Oficialmente, o BC argentino informa US$ 25,2 bilhões, uma redução de 43,4% desde o início do ano, o equivalente a US$ 19,37 bilhões.
Além da restrição aos bancos - que não representa perda de votos para o atual ministro da Economia, Sergio Massa, candidato do governo à sucessão presidencial - também foram adotados novos limites às importações. Produtos que não estavam sujeitos aos prazos que chegam a 180 dias para liberação, passam a seguir o rito e precisar de autorização do Sistema de Importações da República Argentina (Sira). São afetados medicamentos, alguns tipos de a alimentos e até petróleo para produção de combustíveis.
A denúncia por "intimidação pública" feita pelo atual presidente da Argentina, Alberto Fernández, contra o candidato favorito à sua sucessão, Javier Milei, e outros dois candidatos de La Libertad Avanza foi chancelada pelo procurador federal argentino Franco Picardi. A defesa de Milei alega "liberdade de expressão", sem qualquer intenção política ou eleitoral". Um dia antes de o dólar blue chegar a mil pesos, Milei afirmara que o peso "não pode valer nem excremento, porque esse lixo não serve nem para adubo".