Uma das formas de medir o risco-país, a pontuação dos Credit Default Swaps (CDS) reflete o custo de fazer seguro contra um calote de títulos da chamada dívida soberana.
A queda substancial do CDS para o Brasil é parte do mesmo cenário que rendeu ao país melhora e aumento no rating - outra forma de avaliar o risco, por meio das notas de agência de avaliação de crédito. Mesmo assim, o país segue entre as cinco maiores pontuações de CDS do mundo, descontadas duas nações: Argentina (1.030,95) e Rússia (13.775,17).
Um levantamento do Banco Pine mostra que, sem o país na iminência de uma nova quebra e outro em plena guerra, que já deixou de pagar parte de sua dívida, a Turquia é vista como maior ameaça. Antes do Brasil, como mostra o gráfico acima, ainda aparecem África do Sul, Colômbia e Romênia.
Na história recente do Brasil, a máxima desse indicador foi de 310,1 pontos, em 11 de julho de 2022. Quando o gráfico do Pine foi elaborado, estava em 168 pontos, mas deu uma subida nos últimos dias. Conforme o site World Government Bonds, focado nesse acompanhamento, o risco medido pelo CDS aumentou 10,53% na última semana, acumula redução de 1,15% no mês e caiu 24,39% no acumulado dos últimos 12 meses.
— Apesar de nossas dificuldades fiscais e tantas outras, o mercado internacional precifica que os riscos econômicos, políticos e institucionais são menores hoje do que há um ano no Brasil — observa Cristiano Oliveira, economista-chefe do Pine.
Para lembrar, os pontos do CDS equivalem a unidades básicas de uma escala que aponta o preço desse instrumento de proteção. Quem compra títulos emitidos pelo governo de algum país - chamados de "soberanos" no mercado - também costuma fazer a operação com CDS para se proteger de uma eventual piora súbita nas condições de pagamento do devedor.