No dia 14, a agência de classificação de risco S&P Global Ratings - uma das três mais reconhecidas no mundo - melhorou a perspectiva do Brasil de estável para positiva - um sinal de que pode melhorar a nota, atualmente em BB-, algo que não ocorria desde 2019.
Outra forma de medir o risco da negociação dos títulos públicos dos países, que acompanha a variação do "preço" de uma espécie de seguro contra calote, também está em ciclo de baixa: medido pelo prêmio do Credit Default Swaps (CDS), o Risco Brasil é o menor em dois anos.
Na história recente, a máxima desse indicador foi de 310,1 pontos, em 11 de julho de 2022. Hoje, está em 174,4 - quase a metade do registrado há menos de um ano. E antes desse patamar, o mais baixo havia sido registrado há quase dois anos, em 26 de julho de 2021.
No caso dos CDS, quanto maior a pontuação, maior o risco. Esse "pontos", que parecem aleatórios, na verdade são unidades básicas de uma escala que aponta o preço desse instrumento de proteção. Quem compra títulos emitidos pelo governo de algum país - chamados de "soberanos" no mercado - também costuma fazer a operação com CDS para se proteger de uma eventual piora súbita nas condições de pagamento do devedor.
Conforme o site World Government Bonds, que acompanha a situação do Brasil e de vários outros países, a pontuação atual atribui ao país probabilidade de calote muito pequena, de 2,91%. Apenas para comparar, os CDS da Argentina estão em 1.030,9 pontos, resultado de alta de 84,6% em um mês. Esse nível situa o risco implícito de calote em 17,2%.
Então, só para esclarecer: enquanto a nota de risco pode ser muito subjetiva, resultado de análise de especialistas sobre a situação econômica mais ampla de um determinado país, a dos CDS é determinada por uma ferramenta de mercado, portanto, em tese mais objetiva. Inclusive, porque ninguém quer perder dinheiro só para o Brasil aparecer melhor na foto.