As consequências das mudanças climáticas se abateram sobre milhares de gaúchos no mês em que o Estado festeja sua identidade, que inclui a solidariedade como característica distintiva.
É por isso que o 20 de Setembro terá cavalgadas com arrecadação de donativos, em vez de desfiles.
O que sacudiu o Rio Grande do Sul neste setembro foi um El Niño intensificado pelo aumento da temperatura global - não só das águas do Pacífico, como o fenômeno é descrito. É preciso ganhar consciência desses efeitos enquanto atuamos, como gaúchos solidários, no socorro aos mais atingidos por desastres “naturais”.
É o que fizeram, cada com com seu tempo, as duas mais recentes iniciativas que a coluna registrou para incentivar outras a se somarem a esse esforço.
A Braskem fez doação emergencial de 500 kits de limpeza, 500 de alimentação e 500 cobertores para as vítimas da tragédia. Parte será entregue à Central Única das Favelas (Cufa) de Montenegro, parte à Defesa Civil de Porto Alegre.
Consciente de que a reconstrução exige tempo, um grupo de executivos da saúde vai destinar a receita de inscrições e patrocínios de um evento em Teutônia, em 6 de outubro, ao Hospital Roque Gonzales, de Roca Sales, e o Hospital Beneficente Nossa Senhora Aparecida, de Muçum, que foram quase destruídos pela enxurrada. Participarão profissionais de HCor, Sírio LIbanês e Moinhos de Vento, entre outros. As inscrições podem ser feitas neste link.
Antes disso, a coluna registrou que Cimed perdoou dívidas e deu medicamentos às farmácias alagadas ou destruídas, a Ortobom distribuiu colchões, as redes Pompéia e Gang enviaram mil peças de roupa, banho e cama, os shoppings Iguatemi Porto Alegre e Praia de Belas destinaram a receita de estacionamento por um dia e liberaram de pagamento quem levar doações até o final do mês. A Medical San vai entregar de graça seus equipamentos de tratamento a a esteticistas perderam seu meio de subsistência. E até Febraban e ABBC, duas associações nacionais de bancos doaram R$ 4 milhões.
É muito? Não, perto das necessidades é pouco. Vamos manter nosso valor gaúcho da solidariedade ativa para muito além de setembro. Como disse o presidente da RodOil, Roberto Tonietto, que doou combustível para as máquinas que reconstroem cidades arrasada, quando tantos perderam tudo - inclusive os meios para se manter -, doar não é um ato de generosidade, é uma obrigação. Maior para quem pode mais.
* Colaborou Mathias Boni