Aproveitando a crescente popularização dos azeites nacionais, uma premiada marca de azeite de oliva do Estado vai duplicar sua produção neste ano em relação a 2022. A Verde Louro Azeites, fundada em 2011, em Canguçu, prevê safra de cerca de 32 mil litros neste ano.
Como destaca Mita Fuhrmann, diretora da empresa, as oliveiras levam entre quatro e cinco anos para dar frutos - as azeitonas. A primeira safra da empresa ocorreu em 2016.
— Desde 2017, ano seguinte ao da nossa primeira safra, já tivemos 66 premiações internacionais, das quais 39 com medalhas de ouro. O azeite nacional ainda é pouco conhecido, embora a realidade venha mudando — reforça a diretora.
Ainda segundo Mita, a safra atual, como as anteriores, foi produzida com uma colheita precoce, que dá origem a azeites de maior qualidade. Atualmente, a Verde Louro trabalha com oito variedades de azeites, das quais cinco de produção contínua.
— O custo é maior, pois conseguimos aproveitar entre 10% a 12% das azeitonas. Prezamos, sobretudo, pela qualidade, não pela concorrência apenas por preço. Como é um produto natural, temos todas as influências de clima, por isso às vezes não conseguimos produzir uma ou outra variedade — explica a produtora.
Além dos monovarietais (só um tipo de azeitona), a empresa também faz blends (com mais de um tipo) e até uma linha para crianças. A marca trabalha com as variedades arbequina, arbosana, koroneiki, frantoio, picual e coratina.
— A linha kids foi pensada olhando para dentro de casa. Meus filhos gostam de azeite, mas de variedades mais leves e frutadas, produzidas com azeitonas mais maduras. Assim, somos pioneiros em criar uma linha específica para crianças no Brasil — enfatiza.
Mercado
De acordo com o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), o Brasil tem atualmente cerca de 7 mil hectares de área plantada com oliveiras. A produção é concentrada nas regiões Sul e Sudeste. Apesar dos avanços, o mercado nacional ainda é modesto, com o consumo anual per capita de 0,4 litro por pessoa — para comparar, na Grécia são 13 litros per capita.
O Brasil ainda é um grande importador do produto. Em 2022, conforme o International Olive Council (OIC), entraram no país 106,4 mil toneladas, terceiro maior volume do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e União Europeia.