Quem cruza o Rio dos Sinos pela Ponte 25 de Julho, no coração de São Leopoldo, não consegue desviar os olhos de um palacete debruçado à beira da água - um cartão postal - que agora está em restauração.
No imóvel construído em 1900, que fica na Rua da Praia, funciona desde 1997 a sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Depois de décadas de aluguel, foi adquirido pelo município em 2021, com recursos do Fundo Municipal de Defesa do Meio Ambiente. Agora, está sendo ecuperado como parte de "ações de reconciliação da população com o Rio dos Sinos", conforme a prefeitura.
— A sede integra o complexo do Parque Rua da Praia, um espaço histórico que, com a revitalização, vai se tornar um cartão-postal na orla e permitirá a aproximação da população com o Rio dos Sinos — diz o titular da Semmam, Anderson Etter.
As obras começaram em fevereiro, e devem ser concluídas no segundo semestre. O processo começou com a recuperação da fachada do prédio e o paisagismo do pátio. O custo estimado dessa primeira etapa é de R$ 305 mil, bancados por meio de compensação ambiental.
De acordo com a prefeitura de São Leopoldo, o Parque Rua da Praia, onde está o palacete, será um dos destaques das comemorações do bicentenário da imigração alemã na cidade, em 2024. A prefeitura também está comprando outros imóveis na Rua da Praia para revitalizar a área. Outro projeto é a construção de um barco-escola que será entregue em 2024 e que terá um dos seus atracadouros no palacete restaurado.
O projeto do parque prevê ainda a criação da Casa de Cultura Ecológica, a implantação da Sala dos Ambientalistas, a consolidação do Museu do Rio dos Sinos, a revitalização da Ponte 25 de Julho e a construção do Centro de Valorização dos Povos Tradicionais de Matriz Africana.
História do imóvel
Construído entre o fim do século 19 e início do século 20, o sobrado é datado de 1900, 76 anos depois da chegada dos primeiros imigrantes alemães a São Leopoldo. Em estilo eclético, o imóvel foi edificado por Pedro Clemente Blauth, na época, no endereço da Rua da Margem. Na década de 1960, a família vendeu o palacete para Sergio Travi e Élio Grisa, que transformaram o local em uma das principais atrações da região, uma casa de chope. Nos anos 1990, abrigou um dos restaurantes mais requintados de São Leopoldo, quase destruído por um incêndio. Em 1997, uma mostra de decoração fez uma restauração inicial, acrescentando uma torre à estrutura original.
* Colaborou Mathias Boni