O dólar comercial é cotado abaixo de R$ 5 há uma semana, mas nesta terça-feira (18) ensaia uma volta para acima dessa barreira psicológica.
No final da manhã, o câmbio tem alta de 0,7%, para R$ 4,967. Analistas atribuem o movimento a novas incertezas sobre as regra do marco fiscal, especialmente as relacionadas a uma série de exceções ao limite de gastos públicos.
A apresentação do texto final ao Congresso estava prevista para a véspera, mas o governo atribuiu à ausência do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) em Brasília a decisão de postergar mais uma vez o ato já várias vezes adiado. Enquanto isso, circulava a informação de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, faria mudanças para "blindar" o marco fiscal.
Nesta terça, o jornal Folha de S.Paulo informa que há cerca de 10 tipos de despesas que não ficarão sujeitas ao limite imposto pelo substituto do teto. Na lista, estariam repasses a municípios para pagamento do piso da enfermagem, recursos destinados a acordos com precatórios e aportes em empresas estatais. Até agora, essas exceções não eram conhecidas. O ministério não confirmou a informação, e a reação não é intensa. Mas a "novidade" pode custar o dólar abaixo de R$ 5.
Esclarecimento: a coluna tem escala para usar os verbos "dispara" ou "despenca". É subjetivo, mas baseado em fatos & dados: oscilações diárias de até 3% ocorrem com certa frequência na bolsa brasileira. Acima, são raras. Por isso, os verbos mais "dramáticos", digamos, são reservados a variações acima de 3%.