Até julho, pelo menos 20 postos Ipiranga vão mudar no Rio Grande do Sul - 15 em Porto Alegre e cinco entre Gramado e Canela. É a primeira leva das unidades com a nova identidade da marca, disse à coluna Carlos Resende, vice-presidente comercial da rede com 6,5 mil pontos no Brasil e 1,7 mil na Região Sul.
Além de vender combustível para carros, a empresa do Grupo Ultra quer atuar no abastecimento de gente, com suas lojas AmPm. Resende, que começou há 30 anos na rede de origem gaúcha como estagiário, saiu e voltou há apenas um ano e meio, diz que a marca está em "retomada".
— Uma das nossas metas é fortalecer a rede de postos e, portanto, nossa relação com revendedores. Nossa participação no mercado cresceu 0,9% em 2022, em igual proporção no país e no Estado. No Sul, além das nossas raízes, estão 40% dos nossos postos, e 40% das nossas 1,6 mil lojas AmPm — relata.
A mudança de imagem simboliza essa retomada, diz Resende, e acompanha o novo propósito da empresa, que é "abastecer a vida em movimento". Uma mudança, conta, surgiu de uma surpresa nas pesquisas com clientes: a importância do "i" com o pingo em formato de triângulo. Foi tão forte que ganhou destaque, com mais dessas figuras geométricas espalhadas nos postos.
— Foi tão forte que talvez, no futuro, não precise nem ter "Ipiranga" escrito. As cores estão mais vibrantes, em um cenário de transição energética em que a Ipiranga não é mais só combustível. Nossa ambição é ser parte da jornada de mobilidade dos brasileiros.
Em uma empresa que tem 33% das posições de liderança ocupadas por mulheres e 37% dos funcionários pretos e pardos, as práticas ESG (governança corporativa, social e ambiental) incluem a mudança de materiais para garantir maior sustentabilidade, menor custo e mais facilidade de manutenção.
A rede também está mudando seus produtos, a partir da linha IpiMax. Gasolina, etanol e diesel deixam de ter nomes próprios e passam a adotar esse sobrenome. E a alteração não é só cosmética, diz Resende: os aditivados entregarão qualidade e redução de consumo de até 4% para atender à expectativa dos clientes.
A coluna quis saber sobre estações de recarga elétrica, e o executivo afirmou que há testes, mas ainda não há demanda que justifique investimento maior. O executivo admitiu que a empresa acompanha com "muita atenção" o debate sobre a nova política de preços da Petrobras, mas evitou entrar no mérito:
— O mais importante é que tenha transparência e clareza, além de ser uma regra correta e previsível.
Curiosidade: A coluna quis saber se o fato de a expressão "Posto Ipiranga" ter sido mais usada do que o normal nos últimos quatro anos. Resende afirmou que tem mais graça do que efeito na marca. O que funciona no marketing, completou, é o atendimento aos 2 milhões de clientes que abastecem todos dos dias na rede.