Um spoiler do ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, na manhã desta quarta-feira (19) criou expectativas entre brasileiros às voltas com o alto preço das passagens aéreas.
França afirmou que uma companhia aérea low cost - que cobra menos por voos em aeronaves mais simples e sem serviços gratuitos - estaria prestes a começar a operar no Brasil. É bom guardar certa cautela, uma vez que França chegou a anunciar um programa com bilhetes por R$ 200, que ainda não dá mostras de que vai decolar.
A grande expectativa, conforme informações que circulam no setor aéreo, é pelo desembarque da líder Ryanair, nascida na Irlanda e hoje a maior companhia aérea da Europa. Há uma visita marcada para o Brasil em maio em busca de pilotos - oficialmente, para atuar no Exterior. A empresa tem aumentado os contatos no Brasil, mas não quer dizer que esteja pronta a operar nesse mercado considerado especialmente desafiador para o segmento.
Essa movimentação ocorre no momento em que o governo federal, o do Estado do Rio e até a prefeitura do Rio buscam soluções para a baixa ocupação do Aeroporto Tom Jobim (Galeão), cuja concessão foi devolvida no ano passado. Está em estudo uma concessão conjunta de Galeão e Santos Dumont, que está superlotado. Uma negociação com uma grande empresa aérea em um terminal de alto potencial pode ajudar a atrair investidores.
A mais recente autorizada a operar com low cost no Brasil é da JetSmart, com sede em Santiago do Chile e controlada pelo fundo de investimentos Indigo. Desde dezembro passado, opera em Florianópolis, Rio, São Paulo e, mais recentemente, Foz do Iguaçu. Também já operam no Brasil outra chilena, a Sky Airlines (Rio, São Paulo, Florianópolis e Porto Alegre), argentina Flybondi (Florianópolis, Galeão e Guarulhos) e a colombiana Viva Air (Medellin e São Paulo), conforme dados da Anac.
É bom lembrar que, ainda em 2018, companhias com controle estrangeiro foram autorizadas a operar no Brasil. Mesmo com uma pandemia e uma guerra no meio - que certamente complicaram decisões no segmento - não houve exatamente uma invasão dos céus nacionais desde então. Houve ensaios, mas nenhum concorrência internacional de peso. Será que vai se concretizar ou será mais uma "genialidade"?