Os bares e restaurantes do Estado ainda enfrentam dificuldades para se recuperar. É o que indica levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) que aponta 35% dos estabelecimentos gaúchos com prejuízo em janeiro deste ano.
Apesar de 48% dos entrevistados afirmarem que tiveram lucro no início deste ano, houve forte aumento no volume de estabelecimentos com perdas. Em janeiro do ano passado, 23% tinham despesas maiores do que receitas, o que significa 12 pontos percentuais a mais em 12 meses.
Outros 17% trabalharam com estabilidade. Antes, eram 30%. Segundo João Melo, presidente da Abrasel no Estado, o grande desafio do setor para este ano é "cuidar do endividamento e dos custos inflacionários".
Oito em cada 10 empresas do setor têm financiamentos bancários contratados. E 30% estão com pagamentos atrasados, entre os que utilizaram linhas regulares, enquanto estão inadimplentes 20% dos que aderiram ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Em média, 10% do faturamento dos bares e restaurantes é usado para pagar as parcelas. No entanto, para quase um terço dos ouvidos na pesquisa (29%), esse indicador varia entre 11% e 20% e chega a mais de 20% para 4% dos entrevistados.
Cerca de 30% dos entrevistados ainda não conseguiu repassar a média da inflação de 5,77% em 12 meses. Outros 30% fizeram reajustes abaixo desse patamar e 29% acompanharam a variação. Apenas 11 estabelecimentos aumentar os valores acima deste índice.
— O setor está em compasso de espera, aguardando medidas do governo e na expectativa de como vai se comportar a economia do país. A pandemia ainda traz as sequelas econômicas, com endividamento alto, principalmente com empréstimos e pagamentos em atraso.
Por outro lado, o estudo também indica bons resultados: 14% dos estabelecimentos aumentaram o quadro de funcionários e 32% projetam aumentar a equipe ao longo deste ano. Melo pontua que a projeção só será confirmada se houver demanda do público.
Assédio também foi abordado da pesquisa
O estudo também consultou sobre iniciativas de prevenção ou auxílio em casos de assédio contra mulheres. Pelo levantamento, 63% dos estabelecimentos já implantaram ou pretendem implantar sinalização sobre canais de denúncia. A maioria (67%) apoia o treinamento de funcionários para lidar com esse tipo de situação e 66% são favoráveis à criação de um protocolo para acionar as autoridades no momento do assédio.
* Colaborou Camila Silva