Com a prisão de centenas de vândalos golpistas ainda na noite de domingo (8) e a responsabilização de autoridades sob suspeita de conivência, o risco instrucional parece menor na manhã desta segunda-feira (9).
Mesmo assim, os horrores de 8 de janeiro de 2023 vão povoar por muito tempo os pesadelos dos brasileiros democratas. E contagiam também investidores e especuladores no mercado financeiro, que também reage mal ao ataque à democracia.
No início da manhã deste day after da Praça dos Cristais - como descreve com precisão o colega Carlos Etchichury -, em reação ao ataque à democracia, os indicadores de risco, como dólar - 0,52%, para R$ 5,263 - e juros futuros sobem. O mais termômetro de oportunidades, a bolsa de valores, abriu em queda, aprofundada já nos primeiros minutos de operação, depois suavizada. Passada a primeira hora de pregão, segue com sinal negativo, em -0,05%.
Para lembrar, o mercado reagiu mal a sinais iniciais do governo Lula e, assim que houve correção, mudou de humor, como a coluna registrou. No final do ano passado, a coluna apontou também um levantamento feito no mercado por empresas desse universo que associava aumento do risco institucional em caso de vitória de Jair Bolsonaro. E outro tipo de desafios em caso contrário.
André Perfeito, que tem anos de janela para os movimentos e as motivações do mercado, afirmou ainda na noite de domingo:
— A questão na mesa é de autoridade. Ou bem se restabelece a ordem, ou bem se desorganizou a hierarquia. Neste cenário, é razoável supor que a percepção de risco se eleva e assim juros devem subir com efeitos na bolsa e outros ativos. Provavelmente a situação será superada, mas serão dias tensos nos mercados e na nação até que o Planalto restabeleça a ordem e que os militares se posicionem de vez.