Como a coluna descreveu, o nome de Gabriel Galípolo era considerado certo no governo Lula. Embora estivesse cotado para o BNDES, nesta terça-feira (13) foi confirmado como secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
Na prática, será o braço-direito de Fernando Haddad, uma posição tão ou mais importante do que o comando do banco de desenvolvimento. Com essa escolha, o futuro ministro parece buscar uma chancela do mercado financeiro com um nome que já circulou nesse meio.
Até agora, não levou. A reação imediata da bolsa de valores foi uma rápida acentuação da queda - de 105,5 mil pontos para 104,7 mil pontos. Depois, o Ibovespa reduziu a intensidade do recuo, mas ainda não retomou o patamar anterior ao anúncio. A coluna havia ouvido de analistas que indicação de secretários do Ministério da Fazenda não "faria preço" - porque isso nunca havia ocorrido antes -, mas outra vez houve reação.
Até 2021, Galípolo presidiu o Banco Fator, que atua como uma espécie de butique e na intermediação de negócios. Formado em Economia pela PUC-SP, atuou como professor da UFRJ, pesquisador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e conselheiro da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Já afirmou que um dos maiores problemas dos governos brasileiros é a má qualidade do gasto público, discurso apreciado no mercado. Também é favorável a parcerias público-privadas (PPP) e concessões do poder público para a iniciativa privada.
Tem ainda passagem pela Secretaria Estadual de Economia e Planejamento no governo de José Serra. Aproximou-se do PT em 2010, quando ajudou a montar o plano de governo de Aloizio Mercadante na disputa em São Paulo. Na transição, estava no grupo temático de Infraestrutura, mas como advertiram o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva e pessoas próximas, os ministros e secretários podem estar ou não atuando nas áreas em que serão aproveitados.