A longa novela da venda da Braskem ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (11). As ações da empresa na bolsa decolaram 20,4% devido à aposta do mercado de que, desta vez, o negócio foi fechado.
Informações de mercado apontam que o fundo americano Apollo teria feito uma oferta que avalia a companhia petroquímica em R$ 37 bilhões, para um valor de mercado de R$ 29 bilhões.
Até há poucos dias, havia dúvida se o comprador seria o Apollo ou a J&F, controladora da JBS. O controle da Braskem é da Novonor (ex-Odebrecht), que tem 50,1% das ações ordinárias e 38,3% do capital total. Mas a Petrobras é uma sócia relevante, com 47% das ações ordinárias e 36,1% do capital total.
Em outros episódios de especulação, as ações também haviam subido, mas nunca com a intensidade desta terça-feira (11). A oferta da Apollo estaria condicionada à confirmação de que a Braskem está com os números adequados para bancar indenizações a proprietários de terreno em Maceió (AL), em uma área da cidade onde havia mineração de sal-gema, matéria-prima para o PVC que a companhia produz.
Em 2019, a venda estava encaminhada para a LyondellBasel quando a análise dos dados disponíveis à época determinou o fracasso do negócio. A venda da Braskem é considerada essencial para quitar dívidas da Novonor com credores, já que a antiga Odebrecht está em processo de recuperação judicial. A Petrobras também deseja vender sua participação.
Atualização: depois do fechamento do mercado, veio a nota da Braskem em que seus acionistas se manifestam sobre as informações que fervilharam durante o dia. E exatamente nos mesmos termos. A Novonor reafirmou que "até o presente momento, não houve evolução material em relação a qualquer alternativa relacionada à alienação de sua participação na Braskem". A Petrobras afirma que "não tem nenhuma informação que ainda não tenha sido divulgada ao mercado".
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