Há quase exatos três anos, a coluna registrou o passo decisivo da Suspensys, parte das Empresas Randon, que mostrava em uma feira do setor de transportes, em São Paulo, seu primeiro eixo elétrico.
Era um produto-conceito que levaria ao menos dois anos para entrar no mercado. Demorou um pouco mais, mas virou realidade: a Randon anunciou as primeiras vendas de semi-reboques com o produto que caracteriza como "solução de tração auxiliar elétrica para veículos comerciais".
O eixo elétrico, que representa o primeiro passo da gigante gaúcha no futuro da mobilidade, equipa dois modelos de semirreboques da linha Hybrid R da Randon Implementos, foram vendidos à mineradora SQM, do Chile. O uso não poderia ser mais emblemático: vão atuar nas em transporte de lítio no deserto do Atacama. Lítio é o mineral disputado que dá maior durabilidade a baterias para veículos elétricos.
No Estado, um modelo Florestal da Randon Implementos também terá eixo elétrico para outra empresa com atuação local, a produtora de celulose CMPC, com unidade industrial em Guaíba. Serão três unidades com entrega prevista para próximas semanas, e representam a chegada dessa solução com tecnologia própria ao mercado nacional.
A graneleira Hybrid R é a primeira da América Latina com motorização elétrica: seu eixo é desenvolvido para reservar a energia acumulada nas descidas e assim, reduzir o consumo de combustível nas subidas. A tecnologia foi inspirada no sistema Kerbs (Kinetic Energy Recovery System), usado na Fórmula-1, mas a solução foi totalmente desenvolvida pela engenharia gaúcha. Nas contas da Randon, a carreta ajuda o caminhão a economizar até 25% do combustível consumido no trecho.