Segundo filho de Raul Anselmo Randon, falecido em março de 2018, a assumir o comando das empresas da família, que devem faturar R$ 7 bilhões neste ano, Daniel Randon pretende ser tão ou mais inovador do que o pai. “Seu” Raul tem fama de trazer uma novidade a cada viagem que fazia. No dia que marcou sua chegada à presidência da Empresas Randon, Daniel comentou que já está em estudos a preparação da companhia para adaptar seus reboques e semirreboques a caminhões elétricos. Com startups ajudando a companhia a ganhar produtividade, a Randon, com discrição, tem previsão de investir R$ 220 milhões em 2019, sem contar eventuais aquisições - houve muitas entre 2018 e 2019.
Um presidente por década
“David (irmão mais velho, que está passando o bastão para Daniel) fez o mais difícil, definir um processo de governança da família como um todo. Em 2009, quando David assumiu, houve um grande salto. Não houve definição prévia de quando haveria mudança. Foi um aprendizado muito bom. David tem o perfil do meu pai, gosta de estar com os clientes, vai seguir com esse papel institucional na presidência do conselho.”
Planos para o futuro
“Em primeiro lugar, a continuidade que, no caso da Randon, é continuar inovando. Temos vontade de trazer ruptura para dentro dos negócios. Temos de olhar inovação para além de processo e produto. Temos parcerias, pista de provas (a da Randon, em Farroupilha, recebe caminhões da Volvo, que está focada em veículos elétricos), estamos cada vez mais atentos a carros elétricos e até os autônomos. Já temos desenvolvimento para estar prontos para essa mudança. Detalhes ainda estão sob sigilo, mas temos estudos. Mas o mundo vai nessa linha. Os custos estão cada vez menores.”
Pessoas
“Um dos valores do meu pai, além de ter o cliente sempre no centro das atenções e sempre inovar, era ter pessoas alegres trabalhando felizes juntas. Esse é o papel da Randon historicamente, que as pessoas se sintam em casa no trabalho. As pessoas querem oportunidades de crescimento, mas também se sentir bem no ambiente de trabalho, de serem reconhecidas por participarem de um time de trabalho e até por remuneração. Hoje passamos de 11 mil colaboradores. Antes da crise, tínhamos cerca de 12,3 mil, caiu quase à metade, hoje quase voltamos ao número anterior, com as aquisições.”