Depois de completar 46 anos em setembro, a Chocolate Lugano, fundada em Gramado, acelerou seu processo de expansão e mira gigantes nacionais do segmento, como Cacau Show e Kopenhagen, para se posicionar no mercado até completar meio século.
Augusto Luz, CEO da Lugano, diz que o dia a dia da empresa é mais parecido com uma startup do que o de uma empresa de quase meio século, dada a movimentação em torno das franquias.
Essa estratégia de crescimento foi definida em 2020, diante do impacto da pandemia nos negócios. Durante ao menos 90 dias, todas as lojas da marca ficaram fechadas e, quando voltaram, passaram a funcionar com restrições de atendimento. As fábricas da empresa também ficaram sem produzir nem uma grama de chocolate por cerca de 120 dias.
— O momento de crise que a pandemia trouxe nos fez voltar toda a atenção para esse modelo de franchising. Fizemos um plano específico de negócios para captação de interessados, e tivemos grande retorno desde o primeiro momento — destaca Augusto Luz.
Hoje, a Lugano já está em operação ou com contrato assinado para ter unidades em 26 unidades federativas do Brasil - só não chegou ainda ao Acre. No Rio Grande do Sul, existem atualmente oito franquias em funcionamento: três em Porto Alegre, além de unidades em Erechim, Passo Fundo, Cruz Alta e Rio Grande.
A empresa também tem lojas próprias – cinco em Gramado, duas em São Paulo e uma no Rio de Janeiro. Somando as franquias, são mais de 80 unidades da marca em operação atualmente pelo Brasil.
— Até o final deste ano, teremos 110 lojas abertas. Além disso, temos mais 135 com contratos firmados para começar a operar no próximo ano, e nossa meta é terminar 2023 com pelo menos 300 unidades funcionando, mais do que triplicando o que temos hoje — reforça o CEO.
Luz admite que ainda há um longo caminho a ser percorrido, mas aposta em um modelo de negócio diferente para continuar crescendo de forma mais estável:
— A Cacau Show é um fenômeno a ser estudado, uma referência no mercado, mas em 2023 devemos chegar muito perto da Kopenhagen em número de lojas. Nosso modelo de negócio é diferente dessas marcas, pois cerca de 50% do faturamento das nossas franquias vem da cafeteria, que além de cafés, oferece sobremesas, lanches e tortas, o que gera complemento de receita que mantém estabilidade na operação o ano inteiro, não dependendo só dos picos de venda dos chocolates em datas especiais.
A Lugano fechou 2021 com R$ 80 milhões de faturamento, e projeta crescer entre 50% e 60% em 2022, taxa que pretende manter para 2023. No final de 2020, a empresa começou a exportar chocolates para os Estados Unidos, o que também abriu as portas para planejar uma expansão internacional.
— Estamos avaliando a possibilidade de abrir lojas da marca no Exterior. Há cerca de seus meses, contratamos uma consultoria para fazer análise de mercado. Temos, sim, essa ideia de abrir lojas próprias da marca nos Estados Unidos, ou até em Uruguai e Argentina, para depois também iniciar um processo de franchising nesses países — adianta o CEO.
* Colaborou Mathias Boni
Leia mais na coluna de Marta Sfredo