Mesmo depois de enxugar o quadro de pessoal em 12% só de uma vez, a startup paulista Loft mantém seus planos de expansão.
Depois de entrar em Porto Alegre a bordo da compra uma tradicional imobiliária, e em seguida firmar parceria com outra, passa a atuar em sete cidades da Região Metropolitana: Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Gravataí, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Sapucaia do Sul, que já começam com três mil ofertas de apartamentos — a Loft não atua no mercado de casas, ao menos até agora.
Diogo Elias, vice-presidente de parcerias da Loft, disse à coluna que essa expansão, realizada por meio de parceria, deverá se tornar o principal motor do crescimento da startup daqui para a frente:
— Percebemos que nossa chegada a Porto Alegre teve boa aceitação, começamos em só 12 bairros e tivemos que expandir para todos rapidamente, para responder à demanda. Como temos dois parceiros fortes, Foxter e Auxiliadora, resolvemos avançar com eles, que já tem imóveis nessas cidades.
Elias pondera que a decisão de avançar por meio de parcerias locais é fundada no fato de que o mercado imobiliário depende muito de decisão e conhecimento local, seja no Rio Grande do Sul ou na China. Observa que, mesmo operando com parceiros, todo o ecossistema da Loft, que envolve soluções digitais para facilitar a compra e a venda, como ferramentas de financiamento, fica disponível aos clientes da região.
— É difícil ver grandes consolidações no segmento imobiliário e, quando ocorre uma aquisição, é com um parceiro local. As marcas globais estão entendendo que isso é importante, até porque a compra de um imóvel é a mais cara e mais importante da vida da maioria das pessoas, e quase todas envolvem financiamento — pondera o executivo.
Elias disse à coluna que as demissões — um total de 540 dos 3,2 mil funcionários da startup — foram necessárias para se adequar ao novo contexto global de juro alto:
— Isso afetou todo mundo, e as startups que necessitam de capital foram mais impactadas. O capital, nesses momentos, busca investimentos mais seguros, em governos (por meio de títulos públicos). Depois de muitas aquisições, o grupo Loft tem outro formato e estamos olhando o futuro. Precisamos nos adequar para garantir presente e futuro. Temos só quatro anos, queremos aumentar nossa presença.