Casos de demissão em massa em startups de São Paulo ganharam nesta terça-feira (5) mais um episódio: a Loft, cujo crescimento a fez comprar uma imobiliária em Porto Alegre, anunciou a demissão de 12% de seus 3,2 mil funcionários.
A alta do juro tem provocado redução nos financiamentos das startups, além da ressaca da aceleração da digitalização que marcou a pandemia. Em entrevista à coluna, o presidente da Associação Gaúcha das Startups (AGS), Bruno Bastos, afirmou que no Estado não há "massa" para demitir, mas a decisão da Loft também atinge "empresas adquiridas".
Em nota, a Loft afirma que "a redução do quadro de funcionários se soma a outras medidas de aumento de eficiência tomadas nos últimos meses após quatro anos de crescimento agressivo e consistente, tanto através de produtos desenvolvidos organicamente quanto via aquisições".
Ainda conforme o comunicado, a empresa afirma que está se adequando "à nova realidade global, dando passos importantes para suportar a continuação do atual ritmo de forte crescimento em seus negócios, oferecendo produtos inovadores para clientes, incluindo imobiliárias e corretores em todo o país".
O pacote de benefícios para os desligados inclui extensão do plano de saúde para o titular e dependentes por dois meses; apoio à recolocação profissional e facilitação da participação no plano de stock options (opções de ações da própria empresa, forma de atrair talentos) para as pessoas elegíveis.
No Estado, conforme Bastos, o menor acesso a financiamento fez com que as cerca de mil startups gaúchas sejam menos alavancadas (dependentes de recursos de terceiros). Portanto, avalia que a necessidade de enxugamento dos quadros será menor no Rio Grande do Sul.