A Loft, que depois de um aporte de US$ 425 milhões no início deste ano se tornou uma das startups do setor imobiliário mais valiosas da América Latina, comprou a Foxter, imobiliária de Porto Alegre com 10 anos de atividade.
O negócio marca a entrada da proptech (que usa tecnologia na área imobiliária) no mercado local. Com valor de mercado de US$ 3 bilhões, a Loft é considerada o terceiro maior unicórnio do Brasil, atrás apenas de Nubank e Wildlife.
No mês passado, a Loft havia comprado a CrediHome e se transformado na maior originadora de crédito habitacional para os bancos. Seu papel é facilitar a compra e venda de apartamentos por meio de experiência digital, com preços e informações verificados.
— A Foxter vai continuar operando como sempre, mas quando lançarmos nossa plataforma em Porto Alegre vai se transformar na distribuidora de nossos produtos na cidade — disse à coluna Kristian Huber, vice-presidente de Negócios e cofundador da proptech.
O "namoro" com a Foxter, relata Huber, começou no final de 2020 e foi oficializado com a primeira operação com os produtos financeiros da Loft em janeiro deste ano. A estratégia das duas empresas é não informar o valor do negócio. A coluna quis saber como ficou a parceria da Foxter com o Quinto Andar fechada em meados de 2019. Huber afirmou que havia sido encerrada antes da aproximação da Loft. Essa foi a primeira aquisição da Loft de uma imobiliária tradicional, disse o vice-presidente:
— O fato de uma startup estar investindo em uma empresa tradicional também é novo para nós, que já fizemos algumas aquisições. E o negócio foi fechado muito no intuito de dividir aprendizados, para nós de mercado, para eles de tecnologia, embora a Foxter já tenha mentalidade de startup, porque está sempre se reinventando.
Segundo Huber, a Loft quer parcerias com as demais imobiliárias de Porto Alegre, estendendo o acesso aos produtos CrediHome, mas não há planos de novas aquisições na capital gaúcha.