Depois de cair um posto no Ranking de Competitividade dos Estados em 2021 o Rio Grande do Sul subiu três de uma só vez e voltou à sexta colocação geral na 11ª edição consecutiva do levantamento, o que não ocorria desde 2018. Mas ainda está atrás de Santa Catarina (2º) e Paraná (3º).
Na ferramenta de avaliação e comparação de desempenho do Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Tendências Consultoria, só outros dois avançaram mais: Rio de Janeiro, que escalou seis posições, e Roraima, que avançou cinco. Os resultados estão sendo apresentados nesta terça-feira (13).
O que permitiu a recuperação do Estado no levantamento foram potencial de mercado (ganhou quatro posições), segurança pública (+2), sustentabilidade social (+1), solidez fiscal (+1) e eficiência da máquina pública (+1). O Estado manteve a liderança em inovação, mas caiu cinco colocações em infraestrutura e em capital humano. Em educação, ainda ocupa um embaraçoso nono lugar, sem melhora em relação ao ano anterior.
O Rio Grande do Sul é o primeiro colocado, ainda , em reciclagem de lixo, custo do Judiciário em relação ao PIB, oferta de serviços públicos digitais, patentes, empreendimentos inovadores, mobilidade no trânsito, famílias abaixo da linha da pobreza, anos potenciais de vida perdidos, mortalidade na infância e desnutrição na infância.
Lucas Cepeda, coordenador de competitividade do CLP, destaca que, se no ano passado o levantamento ainda não captava os efeitos de reformas feitas no Estado, neste ano começa a mostrar o impacto:
— Dissemos que, no longo prazo, daria resultados, que agora começam a ser vistos. O Estado tem uma questão fiscal muito delicada. Com as reformas, o Rio Grande do Sul ganhou nove posições em regra de ouro (que significa não se endividar para pagar despesa corrente), sete em gastos com pessoal. Assim, o Estado começa a dar sinais de retomar critérios de normalidade.
Sobre a queda no pilar "capital humano", que preocupa porque a coluna costuma ver destacado entre as motivações de empresas que investem no Rio Grande do Sul, Cepeda afirma que é um indicador com alta volatilidade (fortes quedas seguidas de intensas altas). No ranking deste ano, detalha, a queda pode ser atribuída à subida de outros Estados, ou seja, é relativa. Não é uma piora em relação à situação anterior do dados gaúchos.
Para esclarecer, 80% dos dados do ranking são captados com base em estatísticas fechadas em 2021, outra parte já inclui informações captadas até julho deste ano. Como sabia que a questão seria levantada, a coluna perguntou a Cepeda se o fato de os Estados terem recebido recursos extraordinários da União durante a pandemia afetou os resultados:
— Teve impacto, especialmente para os Estados em situação financeira mais delicada, porque conseguiram acumular caixa, embora também já capte parte da redução da cobrança de ICMS sobre gasolina, energia, telecomunicações e transporte público, por incluir dados de arrecadação até julho.
As posições do RS
Inovação: 1º
Sustentabilidade social: 3º
Eficiência da máquina pública: 3º
Segurança pública: 5º
Sustentabilidade ambiental: 6º
Educação: 9º
Potencial de mercado: 22º
Equilíbrio racial: 24º
Solidez fiscal: 25º
Infraestrutura: 26º
Capital humano: 26º
O que é o ranking
O Ranking de Competitividades dos Estados é realizado há 11 anos de forma consecutiva pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Na edição 2022, as 27 unidades federativas foram avaliadas a partir de 86 indicadores distribuídos em 10 pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública: infraestrutura, sustentabilidade social, segurança pública, educação, solidez fiscal, eficiência da máquina pública, capital humano, sustentabilidade ambiental, potencial de mercado e inovação.