Embora houvesse expectativa de deflação, ou seja, queda no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a redução de 0,68% veio acima da expectativa do mercado, que era de 0,64%. Mas é o primeiro sinal negativo nessa medição em dois anos.
Se a gasolina baixou mais do que se esperava (15,48% na média nacional), a alimentação no domicílio (leite subiu 25,46% só em julho) e as despesas pessoais continuam inflacionadas. E o IPCA acumulado em 12 meses segue em dois dígitos: 10,07%. A tendência, porém, é que perca esse registro já na próxima apuração, que será divulgada em setembro.
Conforme Tatiana Nogueira, economista da XP, o resultado de julho foi muito influenciado pelas medidas de redução de impostos sobre os preços de eletricidade, combustíveis e telecomunicações:
— Fomos surpreendidos por uma deflação de gasolina acima do projetado, resultado de repasse mais rápido e intenso que estimado.
Mas a economista observa que outros preços, a exemplo do leite, seguem pressionados. Cita o grupo de serviços, que até desaceleraram no mês de 0,9% para 0,8%, mas adverte que a tendência para esse grupo é de pressão inflacionária até o final do ano, com variação média próxima de 0,75% mensal.