Influenciado pela queda nos preços dos combustíveis e da energia elétrica, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,68% em julho, após variação positiva de 0,67% no mês anterior. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trata-se da menor taxa registrada desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 1980. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (9).
No ano, a inflação acumulada no Brasil é de 4,77%. Nos últimos 12 meses, o indicador está em 10,07%. A meta de inflação para este ano perseguida pelo Banco Central é de 3,5%, que tem teto de tolerância de 5%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, dois apresentaram deflação em julho, enquanto os outros sete tiveram alta de preços. O resultado do mês foi influenciado principalmente pelo grupo dos transportes — que teve queda de 4,51%.
O recuo neste grupo deve-se, principalmente, à diminuição no preço dos combustíveis (-14,15%). Entre eles, o preço da gasolina caiu 15,48% e o do etanol recuou 11,38% no período.
Alimentação e bebidas
O grupo alimentação e bebidas saiu de um aumento de 0,80% em junho para uma elevação de 1,30% em julho, dentro do IPCA.
A alimentação no domicílio aumentou 1,47% em julho. A maior pressão partiu do leite longa vida (25,46%), cujos preços já haviam subido 10,72% no mês anterior. Os preços de alguns derivados do leite também subiram, como o queijo (5,28%), manteiga (5,75%) e leite condensado (6,66%).
Outro destaque foram as frutas, com alta de 4,40%. Por outro lado, os maiores recuos de preços ocorreram no tomate (-23,68%), batata-inglesa (-16,62%) e cenoura (-15,34%).
A alimentação fora do domicílio subiu 0,82% em julho, com altas no lanche (1,32%) e na refeição fora de casa (0,53%).
Habitação
As famílias brasileiras gastaram 1,05% a menos com habitação em julho. A energia elétrica recuou 5,78%.
"Após a sanção da Lei Complementar 194/22, vários Estados reduziram a alíquota de ICMS cobrada sobre os serviços de energia elétrica. Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou as Revisões Tarifárias Extraordinárias de 10 distribuidoras espalhadas pelo país, reduzindo as tarifas a partir de 13 de julho", justificou o IBGE, em nota.
Ainda em habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,96%, devido a reajustes em Porto Alegre e Campo Grande.