Em parte a pedido de clientes, mas principalmente para marcar posição inovadora, a Melnick passa aceitar como pagamento bitcoin e ethereum, duas das criptomoedas mais disseminadas — nenhuma baseada em meme.
Conforme Fernando Marques, diretor financeiro da construtora, a iniciativa não é simbólica, para quitar apenas parte da transação: se o cliente quiser, pode fazer pagamento total da compra com essas duas moedas virtuais.
— É um processo relacionado ao nosso DNA de inovação, faz parte da nossa história de oferecer produtos únicos, que agregam serviços aos clientes. Tínhamos pedidos pontuais, mas quisemos fazer agora porque acreditamos no potencial — diz Marques.
A possibilidade está aberta desde quarta-feira (9), e até o final da manhã desta quinta-feira (10), a Melnick ainda não havia fechado negócio com criptomoedas, relatou Marques. Mas a Even, de São Paulo, considerada "parceira" da incorporadora gaúcha, já fez duas vendas com pagamento em dinheiro virtual.
— Queremos ser pioneiros. Essas moedas nasceram para ser universais, já começam a ser regulamentadas e são reconhecidas no mercado. São alternativas de investimento conectadas ao público jovem, muito relacionado a nossos produtos.
As transações com bitcoin e ethereum da Melnick serão intermediadas pela Mercado Bitcon, uma das corretoras mais reconhecidas no Brasil. Marques pondera, ainda, que no curtíssimo prazo há expectativa de negócios com investidores que queiram migrar para investimentos reais, dada a incerteza criada neste momento de volatilidade nos mercados provocada pela guerra na Europa.
E não precisa muito bitcoin para pagar um apartamento, como a coluna já observou: depois de atingir o pico histórico de R$ 374,7 mil em dezembro de 2021, a cotação da moeda virtual caiu bastante, mas ainda vale, nesta quinta-feira (10), R$ 198,7 mil. Então, dá para quitar a compra de um bom apartamento com dois ou três bitcoins. E uma dúzia banca um de alto padrão.