No final de 2020, a primeira das criptomoedas voltou a fazer furor no mercado: o bitcoin fechou o ano valendo US$ 34 mil (assustadores R$ 180 mil, o que significa que um bitcoin seria o suficiente para comprar um apartamento bem baratinho). Foi a maior cotação da história.
O primeiro dia útil de 2021 foi de queda, mas o segundo já trouxe alguma recuperação, apesar de não ter retomado o recorde histórico.
A retomada de fôlego da criptomoeda fez com que o bitcoin aparecesse até em recomendações de aplicações financeiras para 2021, caso da Rico, que inclui a moeda na cesta de ativos reais recomendados, com ações, títulos indexados à inflação e metais preciosos, especialmente ouro, que também se valorizou muito em meio à incerteza da pandemia. Mas a corretora faz uma ressalva importante ao mencionar a opção: deve ser uma "pequena exposição".
O bitcoin combina os riscos inerentes a um novo ativo, e de natureza digital, o que são duas novidades em uma. Essas características se combinam às ameaças paralelas: como é pouco conhecido e virtual (não existe uma moeda física para entregar, tende a favorecer fraudes como as ocorridas na Indeal, que simulava aplicação em criptomoedas mas na verdade operada um esquema de pirâmide financeira.
Embora tenha como base uma ferramenta que ganhou o mercado tradicional, o blockchain, o bitcoin ainda embute problemas de formulação, como o enorme volume de energia consumido pela chamada "mineração". Em tempos de valorização da sustentabilidade, é um desafio a vencer.
Além disso, em um período de absoluta incerteza, em que ativos muito tradicionais enfrentam fortes variações de preço, a volatilidade de novas alternativas tende a ser ainda maior. Ao longo de 2020, o bitcoin se valorizou cerca de 344%. Enche os olhos, não? Mas é bom lembrar que, só em março passado, teve queda de 50%.