A Polícia Federal (PF) indiciou 19 pessoas investigadas na Operação Egypto, que apura fraude financeira. A ação, realizada em 21 de maio, resultou no cumprimento de dez mandados de prisão e 25 de busca e apreensão. Na oportunidade, foram apreendidos diversos veículos de luxo, joias e dinheiro. O inquérito foi concluído no dia 21 de junho, mas somente nesta segunda-feira (24) houve a divulgação pela PF.
Entre os indiciados, estão os cinco sócios da Indeal. De acordo com a PF, o material apreendido permitiu concluir que a instituição investigada funcionava de forma ainda mais temerária do que os policiais suspeitavam. O relatório cita riscos como contabilidade precária, aquisições de bens para os sócios com recursos da conta da empresa e casos de lavagem de dinheiro.
O indiciamento se refere aos crimes de organização criminosa, operação de instituição financeira clandestina, oferta e/ou negociação de valores mobiliários sem autorização, crime contra as relações de consumo, gestão fraudulenta, apropriação indébita financeira, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional. Segundo a PF, dos dez presos preventivamente, sete continuam na cadeia e três foram libertados com monitoramento por tornozeleira eletrônica.
O inquérito foi instaurado em janeiro para investigar a atuação da Indeal, com sede em Novo Hamburgo, que estaria captando recursos de terceiros para investimento no mercado de criptomoedas. Conforme a PF, a companhia assumia o compromisso de retorno de, pelo menos, 15% no primeiro mês de aplicação.
Quem são os sócios da Indeal indiciados:
RÉGIS LIPPERT FERNANDES
Seria o encarregado da administração da empresa, tratando de todas as questões burocráticas em seu gerenciamento. Deixou de declarar ao fisco a compra de dois imóveis e de um veículo, numa soma de R$ 6,8 milhões.
FRANCISCO DANIEL LIMA DE FREITAS
Seria o responsável pela movimentação financeira dos investidores e seus pagamentos. Morava no bairro Canudos, em Novo Hamburgo, e foi preso em mansão, avaliada em R$ 2 milhões, em Estância Velha. Não declarou a compra de apartamento em São Paulo, no valor de R$ 242 mil em agosto do ano passado.
ÂNGELO VENTURA DA SILVA
É sócio também de outra empresa que, segundo a investigação, passou a ser responsável pelos pagamentos aos clientes da inDeal. Segundo a Receita Federal, não declarou a compra de uma casa no bairro Vila Nova, em Novo Hamburgo, por R$ 1,6 milhão.
MARCOS ANTÔNIO FAGUNDES
Administraria os "traders", funcionários ou autônomos responsáveis pela efetivação das operações financeiras sob investigação. Segundo a apuração, participava da seleção e cooptação dessas pessoas. Deixou de declarar ao fisco a compra de imóvel em Campo Bom, em julho de 2018, no valor de R$ 330 mil.
TÁSSIA FERNANDA DA PAZ
Assim como Marcos, administraria os "traders". Deixou de declarar, segundo a Receita Federal, a aquisição do veículo New Tucson, no valor de R$ 132 mil.
GaúchaZH tenta ouvir a defesa dos sócios da Indeal e também descobrir quem são os demais indiciados.