O mercado de bitcoins passou, nesta segunda-feira (11), pelo processo de halving (reduzir pela metade, em tradução livre). Esse acontecimento ocorre, em média, a cada quatro anos, e tem como objetivo reduzir pela metade a oferta de novas criptomoedas, sem afetar a quantidade de moedas digitais de quem já as possui.
Imagine que o ativo seja um metal precioso na natureza, ou seja, com estoque limitado. Com o passar do tempo, essa criptomoeda passa a ser garimpada a taxas cada vez menores. Esse processo de progressão da taxa de mineração e de decaimento da sua oferta é o halving.
A medida não é decidida por investidores do setor, mas pelos algoritmos da bitcoin. Isso porque, nos fundamentos da criptomoeda, estava prevista a criação de 21 milhões de unidades da moeda, contudo a emissão deste ativo já alcançou a marca dos 18 milhões em janeiro de 2019, segundo o Coindesk, site especializado em moedas digitais.
Esta foi a terceira vez que o halving entra em ação. A primeira foi em novembro de 2012, quando deixaram de ser emitidos 7,2 mil bitcoins por dia, a segunda foi em maio de 2016 quando esse valor caiu para 1,8 mil e, agora, são criados somente 900 novas moedas digitais diariamente.
Os efeitos do halving para investidores
Gustavo de Moraes, coordenador e professor do curso de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), explica que essa medida precisa ser empregada para que seja ainda seja possível minerar novas bitcoins até o ano de 2140, data em que será encerrada a emissão do ativo. Ele destaca ainda os efeitos da medida para investidores do mercado.
— Como há diminuição da oferta, a tendência é de que o preço da criptomoeda seja reajustado para cima. Além disso, com o impacto do coronavírus na economia mundial, investidores têm procurado outras formas de ativo e eles podem vir em busca das bitcoins, o que fará o preço delas aumentar ainda mais — pontua.
O professor afirma que, quando as taxas de decaimento na criação desses ativos foram empregadas em anos anteriores, houve uma boa valorização da bitcoin:
— Em 2012, ela teve 10% de valorização ao longo de 24 meses. E, em 2016, o aumento foi de 5% no mesmo período de tempo. Quem tem bitcoins, deveria aguardar um pouco para vender. Contudo, vale ressaltar que essa é uma critptomoeda muito volátil e é preciso ficar atento a oscilações.