A privatização da área de geração da CEEE deve ser adiada pela terceira vez. O leilão da CEEE-G, que tem 15 usinas de diferentes portes, chegou a ser previsto para o final de janeiro, chegou a ser marcado para 15 de fevereiro e, depois, postergado para 23 de março.
Diante de especulações no mercado, a coluna consultou o secretário de Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana, que admitiu a hipótese.
— Será analisada solicitação de adiamento — afirmou.
Pela frase curta do secretário, é possível entender que há um pedido dos potenciais interessados na compra, embora Viana não tenha detalhado as causas. Mas o momento do mercado não ajuda: a bolsa passa por fortes oscilações, que acompanham tanto os desdobramentos da guerra quanto o acúmulo de sanções econômicas contra a Rússia, que tem efeitos colaterais em todo o mundo.
Essa volatilidade afeta tanto o valor da empresa, inclusive porque os ativos energéticos aumentaram, acompanhando a referência do petróleo, quanto os negócios dos interessados. O que deve ir a leilão, agora em algum momento do futuro, é um lote de 66,23% do capital total da CEEE-G, que é a fatia pertencente ao Estado do Rio Grande do Sul. O restante tem 32,66% da Eletrobras, 0,83% de prefeituras e 0,49% no mercado.
Para lembrar, além do preço mínimo de R$ 1,25 bilhão que será pago ao Estado, o comprador terá de desembolsar mais R$ 1,66 bilhão ao governo federal a título de outorga, ou seja, o direito de operar as usinas (cinco hidrelétricas, oito pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e duas centrais geradoras hidrelétricas (CGHs).