Nesta quarta-feira (19), os cerca de 1,2 mil funcionários da Gerdau Riograndense, em Sapucaia do Sul, foram avisados que, nos próximos dias, começam as obras de modernização e reforma da aciaria da unidade.
O investimento total, segundo o diretor industrial da siderúrgica, Mauricio Metz, vai chegar a R$ 200 milhões e representa "compromisso de longo prazo" da Gerdau com o Estado onde nasceu e com a unidade. É um dos maiores aportes na unidade, que não recebia volume de recursos parecidos há muitos anos.
O projeto não prevê aumento de capacidade de produção, atualmente de 450 mil toneladas de aço bruto e de 495 mil toneladas de produtos acabados, como vergalhões, fio-máquina, barras, trefilados e pregos. À coluna, Metz detalha que se trata de adaptação da unidade a processos mais automatizados da indústria 4.0, e mudanças que vão permitir maior eficiência energética tanto da aciaria quanto do chamado "sistema de despoeiramento":
— É uma melhoria. Já temos um sistema atuante, mas vai ficar mais eficiente e demandar menos energia para operar.
As obras começam em fevereiro, quando as atividades da aciaria serão interrompidas, com retorno previsto para o início de 2023. Durante esses trabalhos, cerca de 400 empregos temporários, diretos e indiretos, serão gerados. Segundo Metz, não há previsão de aumento de quadro depois da conclusão da modernização, mas contou à coluna que houve contratação ao longo de 2021, com o aumento da utilização da capacidade existente.
— Estamos prevendo cerca de um ano de obra. Estamos preparando e vamos aumentar as frentes à medida que os equipamentos vão chegando. A retomada da operação está prevista para o primeiro trimestre de 2023, no máximo em abril — projeta o executivo.
Não haverá problema de abastecimento dos produtos da aciaria, garante Metz. O atendimento ao mercado será mantido com as operações de laminação da Riograndense abastecidas por produtos semiacabados fabricados em outras plantas da Gerdau no Brasil. A siderúrgica bateu recordes sucessivos de faturamento e lucro ao longo da pandemia, o que a fez retomar investimentos. Foi uma das primeiras empresas a registrar aumento de consumo determinado pelo auxílio emergencial, ainda em agosto de 2020.