Foi mais complicada do que se imaginada a estreia do bitcoin como moeda legal em El Salvador. O presidente do país, Nayib Bukele, anunciou que o serviço teve que ser interrompido devido a "problemas de instalação" e provocou queda de 17% no valor da denominação.
Em reais, a perda de valor com o incidente alcançou R$ 1,5 trilhão na terça-feira (7), com a cotação caindo até US$ 43.050 em Nova York. Nesta quarta-feira (8), o dinheiro virtual mais popular do mundo ensaia alguma recuperação, ainda modesta, cotado a US$ 46.203.
A primeira das criptomoedas teve estreia como moeda legal em El Salvador na terça-feira (7), em caminho oposto à maioria dos países com economia mais organizada, que têm optado por lançar moedas virtuais próprias, como o cyber yuan da China e o dólar digital dos Estados Unidos. No Brasil, o Banco Central (BC) também avança nos preparativos de um real sem circulação física. Todas seguem o modelo chamado CBDC, da sigla em inglês Central Bank Digital Currencies, ou moedas digitais de bancos centrais.
Entre as principais objeções das chamadas "autoridades monetárias" - o principal papel de um banco central é zelar pelo valor da moeda - estão a posse anônima de bitcoin e outras criptomoedas e a impossibilidade de rastreamento das transações. Isso faz com que, na origem, tenham financiado transações ilícitas e ainda sirvam de fachada para golpes relacionados a esquemas de pirâmides financeiras.