Enquanto a informação circulava sem uma grande chancela, a hipótese de o governo dos Estados Unidos criar uma versão digital para o dólar parecia só um plano de futuro incerto.
Na terça-feira (23), porém, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), afirmou que a instituição vai avaliar já neste ano esse tema "desafiador", especialmente delicado porque dólar tem status de moeda de reserva mundial.
A disparada na cotação do bitcoin e a adoção dessa criptomoeda como um ativo a mais por bancos e empresas acelerou a análise do tema. Já existem US$ 1 trilhão de bitcoins emitidos no planeta. Em depoimento ao Congresso, Powell deu dois recados: um, que o assunto é "alta prioridade" para o Fed, outro, que será tratado "cuidadosamente".
O depoimento de Powell afetou a cotação do bitcoin, que havia atingido a máxima histórica de US$ 58 mil no último domingo. Depois da fala do presidente do Fed ao Congresso, perdeu mais de US$ 10 mil, chegando a ser negociado abaixo de US$ 48 mil. Nesta quarta-feira (24), está por volta de US$ 49,5 mil.
Powell advertiu que existem "importantes questões tecnológica e de política pública" a serem respondidas no processo de criação da moeda digital, mas que o Fed está comprometido a "resolver os problemas tecnológicos". Observou, porém, que procurará consultar o público e se relacionar de forma transparente com todos os interessados no processo.