Com média de R$ 6,10 por litro, o Brasil ocupa o meio (80º lugar em 167 países) no levantamento de preços da gasolina do site Global Petrol Prices.com . O valor é o mesmo registrado na China. Entre 20 países da América Latina, o consumidor brasileiro está entre os seis que pagam mais caro para abastecer na região.
No início do ano, a coluna publicou ranking elaborado pela plataforma de descontos online Cuponation, da alemã Global Savings Group. Na ocasião, o preço médio pago pelo litro de gasolina no Brasil era de R$ 4,45. Entre uma pesquisa e outra, a diferença foi de R$ 1,65.
Mesmo que os rankings não sejam comparáveis, porque têm fontes e metodologias diferentes, apenas para efeito de ilustração, houve variação de 37% entre janeiro e setembro — para mais, é claro. É importante frisar, porém, que não se pode dizer que houve um aumento desse tamanho, exatamente pela diferença da base de comparação.
A gasolina mais cara do mundo segue em Hong Kong (como no ranking da Coponation), região chinesa que, em tese, tem "regime de administração especial", embora com autonomia cada vez menor. Por lá, os cidadãos pagam em média R$ 13,32 pelo litro.
Em seguida, aparece Países Baixos, por aqui mais conhecido como Holanda, com preço médio de R$ 11,48. Em terceiro, vem a República Centro-Africana, com R$ 11,31. No top five da lista, ainda estão Noruega (R$ 10,97) e Israel (R$ 10,66). O Uruguai lidera o ranking de gasolina mais cara dos países latinos, com valor médio de R$ 8,67.
Segundo o levantamento, o preço médio da gasolina mundial é de US$ 1,20 (R$ 6,30). Entretanto, há "diferença substancial" entre os países. Em geral, os mais ricos têm preços maiores, enquanto nos mais pobres e os que produzem e exportam petróleo os valores cobrados são significativamente menores.
Entre os 167 países pesquisados, o último da lista — onde se paga menos para encher o tanque — é a Venezuela, onde um litro de gasolina custa, em média, R$ 0,11. O país parece confirmar a "maldição do petróleo" — tese econômica segundo a qual países com muitos recursos naturais crescem menos, porque essa riqueza gera desperdícios, corrupção e baixa qualidade de gestão pública. Alguns especialistas avaliam que o mesmo aconteceu no Brasil depois da descoberta do pré-sal. Não por acaso, os valores mais baixos seguintes no ranking estão no Irã e na Síria, países produtores de petróleo com grandes problemas sociais, políticos e econômicos.
Mas a Noruega, citada entre os preços mais altos, mostra que é possível escapar da tal "maldição" com boa gestão: o país criou um fundo soberano para administrar os recursos provenientes da exploração de petróleo, que hoje soma US$ 1,3 trilhão, o equivalente a 3,6 vezes o PIB do país. Para guardar as proporções, seria como se o Brasil tivesse um fundo desse tipo no valor de US$ 5,18 trilhões.
Abaixo, confira os três países com maior preço, o Brasil e seus "vizinhos de lista", os que têm preços semelhantes, e os três com valor mais abaixo.